domingo, 13 de junho de 2010

Queria ser intelectual




Imagem: Cenildo Silva


Queria poder ser igual a Milton Santos ou Stuart Hall, gostaria de saber como quebrar as correntes e me sentir livre das amarras paradigmáticas. Não queria ser rotulado, ou melhor, não queria que meus textos fossem rotulados pelo o que eles vêem de mim, queria ir além do fenótipo e sem militâncias. Mas, sinto-me sufocado, cheio de idéias internalizadas que dificilmente são expostas talvez por receio de ser diferente, talvez “obrigado” pelos paradigmas que existem de forma explicita e ultrapassa a barreira do tempo. Essa questão temporal serve por muitas vezes só para concretizar algumas imposições dogmáticas.



Nunca antes tinha me perguntado o que é ser um intelectual, talvez por isso me encontre com pouco embasamento teórico para discorrer a respeito, entretanto o complexo fato de pensar pode nos ajudar a compreender algumas dificuldades, sobretudo às de aceitação. Assim sendo, é de preponderante importância saber que o intelectual não pode se a ter a filiações que reduzam a sua margem de possibilidades de cogitação.



Existe uma passagem de Maurice Blanchot que diz: “[...] uma parte de nós mesmos que não apenas nos desvia momentaneamente de nossa tarefa, mas que nos conduz ao que se faz no mundo para julgar e apreciar o que se faz” nos mostra que a fuga ideológica, do ideal, dentre outras amarras que nos formam, mas que ao mesmo tempo nos limita, enquanto ser critico, pensador e diversificado em um âmbito plural de acontecimentos e possibilidades. Se ater a um ideal é legal, ter objetividade no que se faz também pode ser legal, porém não se pode descartar e deixar de avaliar o desconhecido, para que os episódios históricos e, os possíveis, futuros sejam teorizados de forma coerente – usa-se coerência não para conotar vontades individuais, mas sim para expressar uma não restrição teórica.



Acabar-se com os estereótipos, cínico e doentio para uma livre produção que possibilite a leitura e interpretação dos fenômenos de tal forma que as ideologias dos leitores e do próprio autor vão se construindo sem imposição de idéias/vontades, pois o terrorismo psicológico ele causa lacunas, deixa um pensar vago, ao invés de ser complexo se torna algo simples.

5 comentários:

╝LuCaS╚ disse...

tambem queria ser intlectual....

Neuro-Musical disse...

Acho que todo mundo é intelectual, mas existem intelectuais de vários tipos. hehe

http://cerebro-musical.blogspot.com

Fabrício Bezerra disse...

vc já é intelectual.eu não entendi muitas coisas do que vc falou mas sei que elas foram muito inteligentes

deh. disse...

eu não sei se queria ser intelectual.. já acho o mundo tão caótico sem entender a sério nada disso. me doeria na alma saber das verdades da vida. pode até ser fraqueza, mas enfim :/

você está lendo o Kafka. eu adooooro A Metamorfose *0*

quanto ao texto, faremos sim. será uma honra escrever com um intelectual (hahaha). mas eu não quero escolher o tema xD

bjos ;*

R.C. disse...

"Acho que todo mundo é intelectual, mas existem intelectuais de vários tipos."

Se é assim, eu sou do tipo preguiçosa.