sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Coisas das ruas

Um dia de bobeira em casa bateu uma dessas nóias e eu decidir sair para contemplar a noite nas ruas de Salvador, adoro fazer isso, tomei um banho, coloquei uma roupa, coloquei no bolso: a identidade, camisinha e umas moedas. Com os fones no ouvido coloquei um som que representasse fielmente as ruas, ai escolhi ouvir O Pacto – Mc Baga e Mc Filó, e na seqüência deixei bombar nos meus ouvidos a Mix do Gutierrez. Decidir ir ao centro sair andando com um destino prévio, porém mutável a qualquer momento, vou caminhando pela avenida sete, tava mô deserta, paro em frente ao Banco do Bradesco para deixar um Tag. Quebrei a esquerda e na seqüência a direita, pronto tô na Carlos Gomes, olho pro lado e vejo a Bomb Bahia e seu muro todo grafitado, fico admirando a arte dos grafiteiros de plantão da city... Continuo a caminhada e imaginando o que estará ocorrendo nas diversas casas noturnos que ali existem, vejo a movimentação de vários tiozinhos e boyzinhos, nos mais variados carros, numa dessas casas vejo na portaria uma contemplação, momento de gargalhadas entre o segurança e duas mulheres, que se divertem tentando seduzir um tiozinho. Ainda na Carlos Gomes passo em frente ao fliperama e decido jogar uma pouco de The king, cato as moedas no bolso e pego uma ficha, que é o suficiente para me distrair ainda mais... No fliperama tinha um moleque vendendo doces, mas não comprei nada, e fiquei imaginando, um pivete menor de idade por volta das 22:30h ainda com sua guia vendendo doces, bem louco isso, mas logo cai na real porque cada um vive como pode, não podemos nos preocupar com tudo, caso contrario não vivemos.

Nessa caminhada cheguei ao pelourinho, a movimentação estava mortiça, ai logo comprei dois cigarros e sentei-me num dos bancos da Praça da Sé, fiquei ouvindo um som e fumaçando olhando o que estava a minha volta, e não demora muito aparece uma mulher toda produzida com salto alto, maquiagem forte e com uma bolsa nada discreta me perguntando se eu não queria me divertir, pensei rapidamente e respondi – é tudo que eu quero nessa noite daí ela deu um largo sorriso e sentou-se ao meu lado, mas desenganei logo na seqüência ­eu to de onda tia, não é a minha cara isso, daí ela ficou seria e levantou-se do banco. Dei mais um tempo e resolvi ir embora, só na hora de ir embora que caiu a ficha, voltar andando vai ser osso, pensei num taxi - só pensei mesmo - mas nem dá não tenho grana nem pro ônibus quanto mais... Fui na fé, e resolvi ir pela Avenida Sete, porque é menos movimentada, e logo no Largo de São Bento avistei de longe três meliantes, dois adiantaram o lado assim que me viu e o outro atravessou a pista, pensei em evitar o confronto e retornar, mas o meus instinto sempre fala mais alto e me faz encarar esses desafios, continuei a andar com a atenção redobrada, passei pelo primeiro na tranqüilidade nem olhei pro lado, porém tinha mais dois logo a frente, fui andando e os dois vieram em minha direção e o terceiro veio por traz na maior agressividade, num "flesh" pensei no que tinha acontecido com Spok, o moleque tinha encarado cinco que tentou fechar ele... Então, porque não vou encarar três? Partir pra cima deles daí começaram a latir ferozmente, e latiram pra valer, chutei um, corri, peguei uma pedra e lancei em outro, daí o terceiro parou de latir... Sai andando e só olhando pra traz, mas tá tranqüilo, só fiz suar a toa com aqueles vira-latas.

Nas mediações da Praça da Piedade trombei com um “maluco” que mora nas ruas, carregando uma caixa na cabeça ele me avistou de longe e foi logo alarmando gritando e ai man, chega ai, chega ai na moral, eu parei e perguntei, colé? Ele indagou você anda de skate é? Respondi que não. Ele tava querendo vender um tênis, me interessei, mas falei que estava quebrado daí ele me pediu qualquer grana, meti a mão no bolso catei as moedas tinha R$ 2,00, levei o bute. Peguei um saco na rua mesmo, porque sair naquela hora pelas ruas com um tênis na mão era pedir pra ser enquadrado, botei o tênis e sair na tranqüilidade. Cheguei em casa cansado e feliz pelo rolê, peguei o bute e fiquei apreciando, pisante louco, bem street, até hoje eu o uso.

2 comentários:

Taisa Ferreira disse...

Uma novidade a cada instante!

Anônimo disse...

;DD'