O outro na cidade contemporânea
Entendendo os pichadores
Entendendo os pichadores
Compreender a cidade a partir da ótica dos pichadores pode ser mais complexo do que o imaginado, pois nos remete a uma questão de identidade e busca de espaço, dentro de uma sociedade excludente, e que oculta a visibilidade do outro. É possível perceber, na área core, das grandes metrópoles a expressividade dessa arte marginal, vista como "subcultura" no contexto da cidade contemporâneas e suas amarras. É como se um pequeno pedaço do universo do "morro" e ou subúrbio, "invisível", pouco visitado e contemplado no imaginário coletivo urbano, deixasse um vestígio, ou melhor, é como se a cidade do outro se inscrevesse na cidade "ordenada", "desejada" e "conhecida".
Em entrevista a um pichador da cidade de Salvador, ele nos ajudou a esclarecer o motivo das pichações se concentrarem nas áreas centrais das cidades, dizendo que: "no centro a visibilidade é maior, todos vão ao centro. A periferia já é suja demais" em um outro momento ele nos diz, "A intenção é sujar a burguesia, na área mais nobre da cidade, e colorir e dar vida na favela. Não ‘curto’ riscar casa de pobre que dá um duro danado pra pintar, pra ir um lá e pichar". Com essas palavras, podemos perceber o teor de insatisfação social que esses jovens carregam com sigo, se utilizando de instrumentos marginais, no caso a pichação, para expressarem suas insatisfações defronte a cidade. A respeito das relações existentes nos espaços, o sentimento de pertencer a um espaço ordenado ou habita-lo valoriza o homem; inversamente, o homem se sente desvalorizado quando o espaço ao qual pertence ou onde mora é desvalorizado. Dessa forma podemos entender o motivo pelo qual esses indivíduos, mas especificamente os jovens, desejam esses outros lugares que tem padrões de vida muito diferente das realidades as quais eles vivenciam em seus cotidianos marginalizados. Essa é uma possibilidade de interação com a cidade, a qual lhes é negada, em uma nova dinâmica. Uma vez que, nem todos têm igual direito à cidade, simplesmente porque, a rigor, há dois tipos de cidadania e, por esta via, dois tipos de cidadãos. Existe a cidadania conquistada e a sua oposta, a cidadania dada.
12 comentários:
Embora tenha ficado surpreso com a justificativa, continuo achando isso como vandalismo. Independente do local que recebe a pixação, atingem todos que as veem. Nem todo tipo de protesto é valido.
Acho que quando a pixação é feita em prédios públicos é ruim e causa uma poluição visual também.
nao concordo contigo...
se quer expressar sua revolta,pq num faz um graffiti? eh algo mais bontido de se ver do q só rabiscos pretos...
É um outro lado, nunca pensei desse jeito... ótimo ponto de vista reflexão é importante...
Concordo com o Bruno, aqui nos comentários, apesar da integração, e etc, ainda acho vandalismo.
E realmente acho uma pena a cara que a cidade fica com isso.
Abraço.
Pra mim é vantalismo o.o
então.. eles picham como forma de protestar, e não dá pra ver arte nisso. Existem outras formas de se expressar, onde podem mostrar a beleza de suas pinturas.
Pra mim, é vandalismo
Acredito ser interessante realizarmos uma investigação histórica sobre o termo vandalismo. Tenho uma leve impressão de que a origem desse termo esta atrelada a atos como a pichação. Contudo, são os burgueses quem dão origem e significado ao termo.
É isso.
Abraço.
lilo
Justamente isso, meu caro Lilo, o que eu estava pensando. Seria necessário a conceituação do que as pessoas entendem por vandalismo.
bom a varios meios de se expressar cada usa a que lhe comven e a outro motivos que emvolvem um pixado a pixar
SE PIXAR É ERRADO ERRAR É HUMANO
SOMOS HUMANOS E POR ISSO QUE PIXAMOS
HEHE
PIXO PENSAMENTO ATIVO .....
SPAN
Uma das coisas que não gosto no Brasil é isso.
O cara trabalha, faz de tudo pra montar uma estrutura bacana, deixar uma pintura bonita, pra deixar a cidade bonita, pro país ficar bonito e... vem um bocó e picha tudo.
Da mesma forma com obras de arte. O Estado coloca uma estátua linda em praça pública e vêm os "revolucionários" e arrancam braço, cabeça...
Isso é uma vergonha.
Mesmo que pichar seja uma expressão da insatisfação, é uma expressão incompetente, que na maior parte das vezes não vai além de riscos incompreensíveis e, como diz o próprio pichador, sujeira. Uma sujeira que se perde na sujeira do próprio centro da cidade.
E esse papo de atacar a burguesia não cola muito, soa mais como justificativa vazia, pois pelo menos na minha cidade (Belo Horizonte) a periferia está também repleta de pichações.
Abraços
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